domingo, 1 de abril de 2007

Diálogo.

Estávamos sentados numa calçada qualquer, de uma esquina cinza. Ela abriu a sua bolsa, pegou um cigarro e começo a fumar; logo depois do primeiro trago, seu rosto virou de encontro ao meu e abriu-me um sorriso cativante.
- Como foi a semana?
- Bem, nada de mais.
- Humm...
Eu tinha que perguntar, comecei a apertar a minha mão cheia de suor e a bater com os meus pés de acordo com a música. Criar coragem com aquele rosto me observando, parecendo tirar a minha audácia, foi algo aterrorizante:
- O quê que você tem?
- Eu?!
- É! você está tão agitado...
- Preciso te fazer um pergunta – falei, com receio, mas falei.
- Então faça, uai!
- O que você realmente acha de mim?
- Como assim?
- A sua opinião sobre mim?
- Lá vamos nós de novo...
- Não! É que eu...- com medo de que ela soltaria uma onda de palavrões, tive que terminar a conversa rapidamente, contudo, já era tarde.
- Eu já te falei, você é um excelente amigo! Inteligente, bonito e outras coisas que eu vivo falando para você. Mas porque a pergunta?
A parte mais difícil para um homem:
- Mas você me beijaria?
- Não... - senti, através do seu rosto corado, que tinha ficado sem jeito - é que você é meu melhor amigo, e não quero que você confunda as coisas.
- Sabe, eu gosto de você. Mas eu queria ser mais que um simples amigo. É que você faz certas coisas que me levam a pensar a respeito da nossa “amizade”.
- Olha, você sabe que eu sou assim com todo mundo. É o meu jeito de tratar as pessoas! - disse irritada.
Ela olhou no relógio e falou de um jeito diferente. Como se quisesse fugir o mais depressa possível:
- Olha, eu tenho que ir, tenho que me encontrar com uma pessoa – ela sempre falava “pessoa” quando se referia ao menino da estação do ano.
Cada estação, alguém novo. Levantou-se, me deu um beijo seco no rosto e foi com seu cigarro em direção ao metrô.
No dia seguinte, ela não falou comigo, e com razão, não é a primeira vez que eu faço algo do gênero. Mas fiquei lá, admirando a sua beleza, seu sorriso e seus olhares de repulsa lançados a mim. Nunca mais dialogamos como velhos amigos. Sei como ela é; ela foge quando fica com medo ou quando fica intimidada. Resolvi me afastar para o meu bem e para o dela. Contento-me, agora, somente com a sua imagem, que nunca saiu da minha cabeça.

Um comentário:

Felipe Carneiro disse...

oloko
me enganei
certeza q eh uma mulkher.. ops asuidauisduiasda
legal seu texto