sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Até logo, Passado

São Paulo, 06 de outubro de 2007

Prezado Passado.

Tenho um copo de whisky em na mão esquerda enquanto a outra realiza o difícil trabalho de escrever em uma folha branca. Dizem que quando pour obtenir ivre, começa-se a falar verdades ou sentimentos ocultos; foi ai que pensei em você. Escrevo-te essa carta como prova do mais profundo sentimento de nostalgia rancorosa que tenho de você.
Você jurou o “nunca”, mas essa palavra é desconhecida no meu vocabulário; as falsas promessas juradas ao vento, foram jogadas da varanda, caíram do sétimo andar e pararam a sete palmos da terra. Por mais incrível que pareça, meu ego se engana toda vez que lembro você, saíste da minha cabeça e finalmente das vísceras cardíacas.
Deparo-me, atualmente, com um menino indeciso que precisa só de tempo para decidir e amadurecer; seu porte de homenzarrão não me engana mais. Não foi você que pediu uma mulher? Pois aqui está uma, procuro acima de tudo um lugar que eu possa pisar com os dois pés. Ultimamente, não vejo isso em você, é tão inconstante!
Desejo-te toda a felicidade do mundo, não estou sendo cínica. Que você encontre uma menina que te faça muito feliz, que vocês sejam felizes até quando tiver que durar. Obrigada por ter lido a minha mais sincera carta. Sem mais, despeço-me.
Beijos
Mel

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Nota: Devido a formatação do site, a carta não está formatada corretamente.

6 comentários:

Unknown disse...

Prezado Presente,
Se você se resume ao puro e simples agora, nada tenho a lhe dizer.
Você acaba a cada milésimo de segundo que passa, a cada movimento de cada astro de cada constelação... a cada suspiro.
Mas se você ainda abraça estas últimas horas que se passaram, e briga com o pretérito por elas, então, digo-lhe que não há ninguém como você. Pois é desse meio tempo que nos permitimos guardar as boas lembranças que viraram passado e manter os sonhos que esperamos virar futuro.
É graças a você que meu ontem, que foi você, reflete em você mesmo, meu hoje. Esse espelho de sensações que só se pode desfrutar um segundo por vez.
Segundos estes que não seriam os mesmos sem os espelhos de nossos companheiros.
Companheiros estes que riem e choram e ouvem e falam e brigam e calam.
Estes, sim, são meus presentes. Meus presentes do tempo, meus presentes concretos, apenas... meus.
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Mel, minha moranga, amo-lhe porque você faz acontecer o presente.

Unknown disse...

Owo.... nossa... isso lembra a aula do Vitor( a da mostra de cartas )... o texto é denso... tirado diretamente das ‘’ vísceras cardíacas’’...
Adorei...
‘’ Sem mais, despeço-me’’
beijos

Thiago disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago disse...

No mínimo antitético:
"..eu tenho preguiça de responder.." ¬¬

Gostei do q sai quando ñ se está com preguiça;
Tenho a impressão de ter lido um livro em 20 linhas..

Não nego que ficaram algumas questões na minha cabeça:
Estariam mesmo essas vísceras desintoxicadas?
Estariam esses pés realmente procurando terra firme?

É..Agora seria bem vindo um copo de whiskey..

rodolfo disse...

entao mel... como eu te disse outro dia... achei seu blog bem.. interessante.. eh diferente de tds os outros q ja vi.. e por isso mesmo q eu gostei dele. vc escreve mto bem, eh como se desse p/ sentir a sua presença em cada texto q vc escreveu... e ñ va pensando q eh soh porque vc o escreveu q isso deveria acontecer, se vc ler alguns blogs por ai vai perceber q mtos textos (mesmo quando a pessoa ta falando com tds os detalhes o q lhes aconteceu) acabam ficando completamente impessoais..
se aceita um conselho... continue escrevendo... e sempre q possivel eu do uma passadinha aki.. assim vc nunk deixara de ter um leitor =)

Carou disse...

Se essa carta for mesmo sincera como diz, parabéns.
Você foi muito decidida e determinada.

Como o Rodolfo disse, da pra sentir a sua presença, você se expressa de forma suave e clara.
Muito bom!
Beeeijo!

(pretendo por uma argolinha no nariz igual a sua até dezembro)

=*